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On-Grid, Off-Grid: A solução solar dupla face para Moçambique

Moçambique

O panorama das energias renováveis ​​em Moçambique está na sua infância, com 60 MW de capacidade solar instalada em 2022. No entanto, o governo moçambicano tem uma visão para o país, baseada na electrificação limpa para todos.

A nação da África Austral possui uma grande riqueza solar, com 23 TW dos seus 23,026 GW de potencial renovável estimado atribuídos à energia solar. Apesar dos desafios económicos e da inflação elevada, juntamente com os choques da Covid-19 e a guerra russa na Ucrânia que se espalham por todo o mundo, Moçambique continua a mostrar um apetite crescente por energias renováveis, tanto dentro como fora da rede.

Paisagem energética brilhante

Ao longo das últimas duas décadas, Moçambique registou um crescimento económico constante, combinado com um conjunto de acções destinadas a fortalecer o sector energético. A introdução da Lei da Electricidade em 1997 abriu caminho a uma maior participação do sector privado, incluindo a facilitação de Contratos de Compra de Energia (CAE).

As reformas mais recentes, incluindo uma atualização da Lei da Eletricidade em 2022, que aborda especificamente as energias renováveis ​​e os novos regulamentos fora da rede, conduziram a um cenário ainda mais favorável aos investidores. O Plano Diretor de Infraestruturas Energéticas 2018-2043 prevê que 50% da produção de energia em 2043 provirá de fontes de energia renováveis. No âmbito deste novo plano, estão em desenvolvimento 125 MW de energia solar, dos quais 60 MW já foram construídos. Até agora, todos estes projetos assumiram a forma de um modelo de Parceria Público-Privada (PPP) com negociações diretas. Várias centrais iniciaram a construção em 2022 e 2023, sendo em breve seguidas por pelo menos três outras, para as quais os CAE já foram assinados.

Outro passo positivo foi o estabelecimento do primeiro Programa de Leilões de Energias Renováveis, PROLER, instituído pelo Governo de Moçambique em 2020 e financiado pela União Europeia. Este programa fornece uma declaração clara do Governo de Moçambique, garantindo que os projectos de energias renováveis ​​sigam processos de aquisição competitivos e transparentes. O primeiro concurso no âmbito do programa foi a central solar do Dondo que foi ganha pelo Produtor Independente de Energia (IPP), Total Eren (agora adquirida pela Total Energies), com uma tarifa de 52.45 dólares/MWh, e é apoiada pela Electricidade de Moçambique (EDM). ) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). O projecto envolve a concepção, financiamento, construção e operação de uma central solar fotovoltaica de 40 MWp no distrito do Dondo, a cerca de 30 km da cidade portuária da Beira. A central irá gerar electricidade para alimentar a rede da EDM e deverá iniciar a construção antes do final de 2023.

O programa PROLER é um divisor de águas na promoção do investimento do sector privado em energias renováveis ​​em Moçambique. A configuração garante a confiança dos investidores através de estudos de viabilidade e da facilitação de pacotes e garantias financeiras opcionais. Um processo de licitação transparente promove a concorrência entre investidores, entregando as tarifas de eletricidade mais baixas possíveis ao consumidor final. Espera-se que os futuros concursos sejam anunciados no quarto trimestre de 4, incluindo a seleção de dois produtores independentes de energia para duas centrais solares fotovoltaicas de 2023 MW e uma central eólica de 30 MW.

Mas Moçambique tem um enorme desafio que vai muito além de onde termina a rede nacional.

O oprimido: soluções fora da rede

Dos 32 milhões de habitantes de Moçambique, 65% vivem em áreas rurais onde menos de 6% têm acesso à electricidade, em comparação com 34% da população urbana do país. Até 2030, o Governo de Moçambique espera transformar esta paisagem e alcançar a universalidade. acesso à energia até ao final da década. Isto exigiria que a capacidade fosse mais do que duplicada, para quase 6,500 MW.

A energia solar é inegavelmente a tecnologia renovável mais intuitiva quando se trata de soluções de energia fora da rede. Estas opções são particularmente atrativas para o segmento Comercial e Industrial (C&I), mas também para setores como agricultura, pesca, turismo e mineração. O mercado total estimado para energia solar fora da rede é atualmente de 173 MW e espera-se que cresça em linha com o crescimento dos setores acima mencionados.

As recentes reformas da política energética também estão a mudar o jogo das energias renováveis ​​fora da rede em Moçambique. Em 2021, foi aprovado o decreto de Regulamento Fora da Rede para orientar a electrificação do país através de soluções fora da rede, incluindo mini-redes de até 10 MW, e serviços de energia (como sistemas solares domésticos e soluções de cozinha limpa) que ajudarão regular o acesso à energia em áreas fora da rede para entidades públicas e privadas.

Durante o segundo trimestre de 2023, o regulador de electricidade, ARENE, deu um passo mais longe, publicando regulamentos específicos para mini-redes, incluindo atribuição de concessões, regulamentos tarifários, interligação, padrões técnicos e de segurança e qualidade de serviço e relações comerciais. Este passo é considerado por muitos no terreno como um marco fundamental para o desenvolvimento do sector energético em Moçambique e, particularmente, para alcançar o acesso universal à energia nas comunidades rurais e de difícil acesso. Ricardo Costa Pereira, Presidente do Conselho de Administração da AMER, a associação moçambicana de energias renováveis, disse sobre o regulamento que “A maior parte da população de Moçambique ainda vive em áreas rurais onde a expansão da rede ainda é bastante dispendiosa. Fornecer soluções através do acesso à energia fora da rede é um pilar para garantir o acesso universal. Pela primeira vez, Moçambique tem um regulamento que pode fornecer orientação e um quadro jurídico que pode 'iluminar o caminho' para alcançar o ODS7.”

No horizonte

Em teoria, o panorama energético tornou-se mais atraente para os investidores graças às recentes reformas que melhoraram a governação do sector energético. No entanto, com a falta de incentivos directos e indirectos, o investimento do sector privado tem demorado a arrancar, especialmente no segmento fora da rede. À medida que os novos regulamentos fora da rede entrarem em vigor, isto deverá trazer maior clareza aos investidores, ajudando a estimular o investimento em energias renováveis.

Uma delegação da associação moçambicana de energias renováveis, AMER, estará presente no Renewable Energy Forum Africa, que terá lugar em Nairobi, em Outubro. Estes eventos são um elemento essencial para informar os principais intervenientes sobre o potencial do mercado e estimular o investimento na região, e ter uma presença aqui mostra o compromisso de Moçambique em apostar nas energias renováveis.

Retirado de revista pv

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